sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Maria Madalena

Comigo era humano
Com os outros filho de Deus
Em minha cama era o soberano
Dono de todo o adeus.

Para ele eu era amor
Para os outros a prostituta
Que com sua carne enxuta
Irradiava calor.

Mal sabem os donos da conduta
Do dia que Jesus se fez presente
E com seu pé doente
Deixei de ser prostituta.

Não pensem que não temi
Disse-lhe que era meretriz
Ele fez que sim com o nariz
Finalizando: Sei só isso.

Ao invés de expulsar os sete demônios
Fez da dor um sonho
E sete anjos fizeram-se presentes
Com suas aureolas reluzentes.

Não te sarei, ó Senhor
Tu que te salvastes
Pregastes, Tirastes
Mas a mim tu confiastes.

A piedade divina
Saiu de nossos corpos nus
O que a bíblia não ensina
É que o calor, também aqueceu Jesus.

Não dei por conta da ida dos anjos
Os desabafos, acalantos
Eram tantos
E o tempo passou.

Não terminei de contar quem era
Não disse todas as minhas mazelas
Maria Madalena
A flor, impurpura, pequena.

O principal era sabido
Meu senhor querido
Era por mim amado
Em nosso prazer. Calado.

Um comentário:

  1. Que rima bonita 'demônio' e 'sonho'!
    Você desabilitou comentários no seu último post? Estranho, não aparece o link para eu comentar, mas poxa, o importante é que você ama eles, né? Eu também não consigo ficar abraçando e dizendo 'eu te amo' a meus pais, e muita gente já me criticou por isso, dizem-me ingrata, fria, mas eu acredito que meu amor por eles não precisa ter representações físicas.
    Citação do professor Araújo na última estrofe? haha

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