quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Carta a Antônio Martini Neto

Meu camarada
Você, mais velho um ano e dois dias
Está comigo desde o inicio da jornada
Tardes quentes, noites frias
Fiquei com saudades, e agora entenderá:

Lembra quando jogávamos bola em seu quintal?
Nem piscina tinha
Pepita e Pitucha corriam:
- Au, au!
Nós éramos crianças tão pequenininhas...

Não esquecerei o feijão
Da Cidinha
Comia-o com tanta devoção
Nem fome eu tinha
Tia Irene ria como uma explosão...

Ainda vivia em frente ao Canta Galo
Até o Marquinho
Era nosso irmãozinho
Não devíamos mal tratá-lo...

Você se escondia em baixo da cama
A Lassie latia, corria
Sua cueca ficava cor de lama
Mas a gente ria,
tanto...

Ilha-Bela
Tantos momentos
caiaque, campinho-de-areia, caldo
Que desalento
Ainda sinto o cheiro
Da carne, do grande churrasqueiro:
Geraldo.

Quantas festas de 15 anos!
Tínhamos sempre nossos planos
De correr atrás dos panos
Dos vestidos das meninas...

Começamos a beber, juntos!
Já tivemos porre, juntos!
Jogávamos futebol, juntos!
Estudávamos, juntos!
E agora nos perguntamos juntos:

O que será destes 15 anos?
Quais serão nossos planos?
Você em Londrina
Eu em São Paulo
Crianças ainda...

Emoções nós vivemos
Com o pouco que aprendemos
Não esqueçamos a lição
Amigos são poucos
Cego, mudo ou louco
Ainda terá um latifúndio em meu coração.

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