terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ao violão, ou piano. Ai vai do gosto!

Mote:"Entre dó e ré, há sempre algo."
Vizinho, Gabriel M. Abreu


O jovem nordestino aprendendo a dirigir
encontra-se em uma dúvida imensa:
- Dou ré? ou não dou ré? dou ré? não dou ré?

Passa um argentino, muito ruim de boleia,
Deixa mais confuso o retirante!
-Preguntas a mi, segnõr? a mi? a mi? a mi?

Encafufado, ouve a voz de um condutor
Que passa ao lado:
- Mais pra lá! pra lá!, aqui não!, pra lá!

E o pior de tudo
é o calor que traz esse Sol!
- Que fornalha, Sol é esse! Sol que nunca vi igual!

Esse argentino chato que não vai embora...
Indaga-se o nordestino, que continua a ouvir:
- Si, por supuesto. Si, Si, Si...( e muitos sis)

Uma simples estacionada irrita-o deveras
Ainda, passa um gago!
- Fa..fa..fa..fa..faz uma força na embreagem!

Como eu, simples poeta e condutor,
Resolvi dar uma de professor:
- Fiquei com dó de ti e resolvi ajudá-lo.

Ele se sentiu ofendido
Falou-me bem ao pé do ouvido:
- Dó, dó, dó, dó, só isso que vocês saber ter, vê lá!,
[em minha terra isso é simples provocação!, vou na ré mesmo!

Assim, prosseguiu o homem
Ouvindo uma música
com suas, majestosas, notas musicais...

Um comentário:

  1. Ah, é vizinho mesmo, eu nunca ia perceber que era vizinho, eu pensei mesmo que fosse algum outro poeta (e quem disse que todo ser humano não nasce com poesia no coração? ^____^)
    Adorei esse texto! E você postou o cotidiano nº 3 também, muito bom =3

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