sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O mal ateu

"Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam". Giordano Bruno

Há menos de um mês que fui surpreendido com uma máxima: o perigo genocida dos extremistas fundamentalistas ateus. Não sei se por ignorância, mas a lógica e os argumentos dessa frase, por mim, nunca foram entendidos. Fiz uma perspectiva histórica e não achei nenhum genocídio, nenhuma guerra, empunhando uma bandeira contra a existência divina. O oposto já o vi aos montes: intolerância - para falar sobre a sociedade ocidental, serve como uma luva à mão, envolta a sangue, do cristianismo. Aliás, é bom lembrar que as intolerâncias não foram feitas somente aos que rejeitavam a existência de deus. Foram feitas, também, aos que não acreditavam nos mesmos dogmas, ou melhor, no mesmo deus. Um caso que muito exemplifica o que digo é o caso dos judeus em Portugal. Ora, ajudaram na expansão ultramarina, mesmo assim continuaram sendo enchotados e humilhados por não seguirem as mesmas ordens. E Portugal perdeu força...
O olhar de desprezo enviado pelos crentes em deus a uma pessoa quando esta diz que é ateu explica a fraternidade e a humildade dos seguidores do livro sagrado. Não aceitam e tem ódio contra. Agora querem inverter os atores: os crentes são os perseguidos e os ateus, que tantas pessoas mataram, são os perseguidores, os perpetuadores de ódio. A igreja católica, que tem um ex-nazistas(convém lembrar que há ex-nazistas, assim como ex-viado) em seu comando é uma instituição intransigente e arrogante. E há uma súcia deles em suas rédeas. Há quanto tempo a igreja pediu desculpas sobre a morte de Giordano Bruno? Os seus ideais maldosos ainda lá estão intrínsecos. Os ateus não consideram essa instituição a culpada pelos problemas da humanidade. A humanidade é muito mais que isso. Einstein dizia que o espírito criativo dos homens é o que alterou o mundo. Uma grande verdade. E para citar Camões, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Tradições marcadas por asassinatos, ódio, intransigência, criando um ser para ter o controle de multidões não se fazem necessárias. Quando começarmos a resolver os problemas dos seres humanos na esfera humana, real, talvez nos entendamos melhor.

3 comentários:

  1. Parece-me um equívoco tomar a instituição eclesiástica católica por cristianismo. Alguém tem dúvida que as instituições cristãs foram e são violentas? Mas são violentas por serem cristãs? Penso que não. O que insisto em argumentar é que a civilização ocidental deveria respeitar e valorizar suas próprias tradições independente de acreditar nelas ou não. Não tenho notícia de nenhuma civilização que tenha sobrevivido sem um campo moral comum e é exatamente isso que a cultura laica européia tem feito, destruído os valores que a construiu. Os muçulmanos, que não são idiotas a esse ponto, estão engolindo a Europa por isso também.

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  2. Sustentar e valorizar algo que você não acredita? Qual a necessidade de se sobreviver uma civilização com valores distorcidos daquilo que creio como correto? Parece-me que com esse seu pensamento o que importa é a pura existência e só.

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  3. Eu é que me sinto ignorante lendo esses textos, saudades dos seus poemas haha

    Mas é isso aí. Que bom que voltou a escrever! Os meus versinhos estão por aí, perdidos em pedaços de papel picado..

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